Amanda Nunes vai sair da aposentadoria para tentar recuperar o cinturão do UFC que já foi dela.
“A Leoa” será introduzida no Hall da Fama do UFC no final de junho, e até lá, ela já deve saber quem estará do outro lado do octógono em sua luta de retorno. Julianna Peña defenderá seu cinturão contra Kayla Harrison semanas antes, no UFC 316 em Newark, no dia 8 de junho.
Ex-campeã de duas divisões do UFC, Nunes se aposentou após dominar Irene Aldana em junho de 2023. Ela compareceu ao UFC 314 em Miami e disse na transmissão do UFC Fight Pass Brasil que está “pronta para a guerra” e espera se tornar “a primeira pessoa a sair e voltar para ganhar o cinturão novamente.”
“É diferente para mim ver as coisas de fora e ver meu cinturão lá”, disse Nunes, referindo-se ao cinturão de Peña durante a conferência de imprensa do UFC 316 em Miami. “É como se aquele cinturão fosse apenas fantasia, que o verdadeiro está de volta em casa comigo. Ver isso só me motiva. Deixem elas lutarem entre si e então eu venho e pego meu cinturão e restabeleço a ordem.”
Nunes afirmou que este não é um retorno único. Na verdade, ela planeja vencer e defender o campeonato de 135 libras. A brasileira conquistou o ouro do UFC pela primeira vez em julho de 2016, ao derrotar Miesha Tate no UFC 200, e defendeu o título três vezes contra Ronda Rousey, Valentina Shevchenko e Raquel Pennington, antes de subir para o peso pena para um nocaute histórico sobre Cris Cyborg. No total, Nunes teve um desempenho de 11-1 em lutas por cinturão em um período de sete anos, vingando sua única derrota para Peña.
“Kayla ou Julianna, eu quero meu cinturão de volta, e vou lutar por ele”, disse Nunes. “Sou movida por desafios. Gosto de lutar por algo. Kayla é muito forte, é ela que eu quero. Se for a Julianna, tudo bem. Já lutei com ela duas vezes, luto de novo. A Kayla é forte, está chegando agora e está em um bom nível, tem um bom judô e um ótimo grappling, está evoluindo na trocação, e é essa que eu quero. Essa coisa nova.”
Harrison treina na American Top Team, na Flórida, a mesma academia que transformou Nunes em campeã do UFC, e “A Leoa” já declarou abertamente que essa foi uma das principais razões para sua saída da equipe.
“Eu me senti incomodada com toda a situação, claro”, Nunes disse ao MMA Fighting em 2022. “Não tinha nenhuma mulher quando eu cheguei na American Top Team. Eu fui a primeira mulher a trazer dois cinturões e colocar o time feminino na história. Quando a Kayla chegou e depois a [Yana Santos], começou a criar uma situação estranha para mim porque aquele era o meu território. E aí a Kayla começou a falar. Eu fiquei tipo, `Poxa, eu não estou segura nem no meu território.` Eu me senti meio que acuada, até porque a gente divide os mesmos treinadores. Ela treina com o Mike Brown e eu treino com o Mike Brown. Eu já treinava com eles quando ela chegou lá.”
Nunes deixou a ATT pouco depois de perder para Peña, e a dominou para recuperar o título meses depois, em 2022. Em uma entrevista com a equipe do UFC Fight Pass no sábado, Nunes falou sobre sessões de treinamento passadas com Harrison na Flórida.
“A gente não tinha uma parceria na academia”, disse Nunes. “Não tinha nada disso, mas a gente fez alguns treinos aqui e ali. Eu estava fora de forma, vivia viajando, voltava e fazia uns treinos. Não era como se a gente estivesse sempre treinando [juntas] ou eu estivesse em forma e treinando com a Kayla. Nunca foi assim. Era sempre uma coisa aleatória, mas é isso. Estou pronta para qualquer uma. É sério.”