Os cinturões do UFC nunca tiveram tanto peso quanto hoje. Embora há décadas fosse amplamente aceito que ser campeão do UFC significava ser o número 1 em sua categoria, havia espaço para debate quando promoções como PRIDE, Bellator e ONE Championship estavam ativas. Nomes como Fedor Emelianenko no PRIDE, Demetrious Johnson no ONE e talentos do Bellator como Johnny Eblen, Patchy Mix e Patricio Pitbull, além de pioneiras como Cris Cyborg, Megumi Fujii e Ronda Rousey antes da era feminina do UFC, podiam ser considerados rivais dignos ou até superiores aos seus pares do UFC.
Atualmente, a situação é diferente. Observe os rankings: quase todas as divisões apresentam um lutador número 1 escolhido por unanimidade. A única exceção é o peso pesado, onde Francis Ngannou ainda recebeu um voto de apoio, apesar de Tom Aspinall ser o campeão. Ngannou deixou o UFC sem perder o título e lutou mais recentemente que Aspinall, mas a percepção é que Aspinall está a apenas uma defesa de título de consolidar totalmente sua posição no topo.
Dada essa clareza nos rankings, é difícil argumentar que os 11 atuais campeões do UFC não são os melhores em suas respectivas divisões. No entanto, isso não significa que suas posições estejam garantidas. Alguns desses líderes de ranking enfrentarão testes significantes que podem alterar o cenário. Dricus du Plessis, por exemplo, pode perder seu lugar no UFC 319 em agosto ao enfrentar Khamzat Chimaev. Kayla Harrison tem o enorme desafio de encarar o retorno de Amanda Nunes, considerada a maior campeã feminina da história. E Jack Della Maddalena terá em breve o desafio de lutar contra o aparentemente imbatível Islam Makhachev.
Na metade de 2025, é possível que os mesmos nomes permaneçam no topo dos rankings ao final do ano. Por outro lado, não será surpresa se o calendário trouxer algumas reviravoltas e mudanças nas classificações antes que o ano termine.
Tadeu Ribeirão 
Orlando Paraguaçu