Antonio Carlos Junior, conhecido como `Shoeface`, dispensa apresentações quando o assunto é luta agarrada. O jiu-jítsu sempre foi e continuará sendo sua principal arma no MMA. Isso não será diferente nesta quinta-feira, quando ele enfrenta Karl Moore na primeira rodada do Grand Prix peso meio-pesado do PFL 2025 em Orlando.
`Shoeface` conquistou 12 de suas 16 vitórias no MMA por finalização, cinco delas no UFC. Ele busca agora fazer Moore dar os três tapinhas pela segunda vez em 16 lutas profissionais.
“Ele é muito estratégico e forte”, disse Junior. “Ele tenta usar isso a seu favor, para colocar pressão na grade. Não o vejo como alguém com grandes habilidades, mas ele é muito consistente em tudo o que faz. Caras assim são muito perigosos. Não há lutas fáceis no torneio.”
Dito isso, Junior, que treina na American Top Team, não pretende apressar as coisas para levar a luta para o chão a todo custo e nem ignorar suas habilidades na trocação.
“Acredito que tenho que me movimentar e explorar as fraquezas dele, ir para o chão”, disse Junior. “É a minha maior arma, claro, e usaremos o jiu-jítsu para buscar a finalização. Essa sempre será minha estratégia, mas não posso ser um cara unidimensional que vai forçar isso a qualquer custo. Vamos nos movimentar, trocar em pé, porque até acho minha trocação melhor que a dele. Consigo manter a distância melhor, mas ele é perigoso. Estamos falando de pesos meio-pesados e você sabe que temos que estar sempre alertas nesta divisão.”
O lutador do UFC Paul Craig foi o único a fazer Moore dar os três tapinhas no MMA, finalizando-o com uma guilhotina em 2015 no BAMMA 22. O peso meio-pesado irlandês se recuperou, conquistou o cinturão do Cage Warriors dois anos depois e eventualmente chegou ao Bellator em 2019, onde venceu quatro lutas seguidas para desafiar Corey Anderson pelo cinturão.
`Shoeface`, no entanto, acredita que sua luta agarrada está em outro nível.
“Ele nunca lutou com ninguém com um jiu-jítsu parecido”, disse Junior. “Só o Paul Craig, na verdade, e isso foi há muito tempo. E quando ele lutou com um cara do jiu-jítsu, ele foi finalizado. Ele teve uma luta apertada com Alex Polizzi, meu último adversário, e poderia ter ido para qualquer lado. Ele teve uma boa luta com Corey Anderson. Ele tem bom cárdio, avança, mas não vejo grandes habilidades ali. Ele faz as coisas bem feitas. Tenho que estar alerta e não deixar ele `amarrar` a luta.”
Se sair vitorioso nesta quinta-feira, Junior avançará para enfrentar o vencedor do confronto de quartas de final entre Karl Albrektsson e Simeon Powell. O outro finalista pelo prêmio de $500.000 será decidido entre Phil Davis, Rob Wilkinson, Marcelo Nunes e Sullivan Cauley.
“Mal posso esperar para me provar naquele cage e dar mais um passo em direção ao meu objetivo, que é terminar este ano com mais um cinturão”, disse Junior. “Fazer uma luta atrás da outra é bom para mim porque não corto muito peso, e acredito que os caras mais pesados acabam sofrendo mais tendo que cortar peso a cada dois meses. Isso torna as coisas um pouco mais fáceis para mim, mesmo sendo um dos menores caras aqui.”

