ter. jul 1st, 2025

Antonio Carlos Jr. critica julgamento no PFL e defende juízes ex-lutadores

Antonio Carlos Junior avançou para as semifinais do torneio peso meio-pesado do PFL com uma vitória por decisão sobre Karl Moore em maio. No entanto, a pontuação de um dos juízes a favor de seu oponente deixou o lutador brasileiro bastante surpreso e preocupado.

O juiz Marcel Varela atribuiu a Moore uma pontuação de 10-9 nos rounds dois e três, resultando em um placar de 29-28 a seu favor no cartão, enquanto os juízes Jason Grenier e Troy Wincapaw divergiram em relação à pontuação do segundo assalto. “Shoeface” expressou satisfação por garantir a vaga na próxima fase, mas ressaltou a importância de mudanças no esporte para evitar o que considerou uma decisão equivocada.

“Fiquei meio assustado com a pontuação de um dos juízes”, comentou Junior. “Quando anunciaram `decisão dividida`, eu até ri. Pensei, `Não é possível. Que luta esse juiz assistiu?`. Fiquei muito preocupado com isso”.

Junior avaliou que dominou a luta do início ao fim, apesar de ter “diminuído o ritmo” no terceiro round, o que, em sua visão, justificaria um placar justo de 29-28 a seu favor. Mesmo considerando a vitória um “resultado positivo” e sua performance boa, especialmente após quase um ano afastado das competições, o brasileiro fez um apelo para que as comissões atléticas norte-americanas aprimorem o treinamento dos juízes.

Segundo dados do site de registros MMA Decisions, Varela atuou em apenas duas lutas que foram para a decisão em 2025. Ele teve maior atividade entre 2021 e 2023, com pontuações em 58 decisões, mas julgou apenas quatro vezes nos últimos 18 meses.

“Claro que você sempre busca a finalização, ainda mais em um torneio com pouco tempo de recuperação entre as lutas, mas o nível é altíssimo”, explicou Junior. “Estamos falando de MMA de ponta, lutadores muito experientes, atletas com grande capacidade técnica e tática. Às vezes é difícil conseguir a finalização, às vezes a luta é muito equilibrada. É essencial ter juízes de qualidade, realmente dedicados, talvez até ex-lutadores, porque, para ser sincero, às vezes parece que tem gente que não tem a menor ideia do que está fazendo. Fiquei meio assustado com a situação”.

Campeão do torneio peso meio-pesado do PFL em 2021, Antonio Carlos Junior agora se prepara para enfrentar Simeon Powell nesta sexta-feira, no PFL 7, em Chicago. O atleta da American Top Team garante que está pronto para encarar 15 minutos de batalha, mas confia que pode conquistar uma finalização.

“Ele é mais especialista na trocação, possui um striking de alto nível e longo alcance, sabe manter a distância, se mover bem e usar as pernas”, analisou Junior sobre Powell. “Isso o torna muito perigoso. O plano é fazê-lo recuar. Percebi que ele prefere boxear e atacar quando avança, então meu objetivo é não dar espaço para ele se sentir confortável na luta. Ele pode não ter tanta experiência, mas apresenta um bom cartel, então temos que ser estratégicos. Tenho confiança de que consigo pegá-lo em uma finalização”.

Caso saia vitorioso na sexta-feira, “Shoeface” avançará para a grande final de $500.000, onde enfrentará o vencedor do combate co-principal do PFL 7, entre Phil Davis e Sullivan Cauley.

“Ele chega como favorito, não tem como negar”, disse Junior sobre Phil Davis. “Ele foi campeão do Bellator, lutou no UFC. Tem 40 anos agora, um pouco mais velho, mas ainda em excelente forma física. Ele enfrentou lutadores de alto nível e demonstrou superioridade, inclusive conquistou um nocaute na última luta contra Rob Wilkinson. A lógica aponta para a vitória de Phil Davis, mas no MMA tudo pode acontecer. Nunca se sabe, mas acredito que Phil Davis virá do outro lado da chave”.

By Tadeu Ribeirão

Tadeu Ribeirão - analista respeitado de Belo Horizonte, especialista em Muay Thai e Kickboxing. Em 15 anos, cobriu mais de 200 torneios de artes marciais. Apresenta um podcast popular sobre táticas de luta.

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