O lutador Brendan Allen terá a oportunidade de lutar em casa no UFC 318, em Nova Orleans, uma chance que ele provavelmente atribui ao veterano Dustin Poirier. O card de sábado, que será protagonizado pela luta de aposentadoria de Poirier contra Max Holloway no evento principal, abriu portas para Allen, um conterrâneo da Louisiana, competir em sua terra natal. Seu desejo foi concedido com um aguardado confronto contra Marvin Vettori, e ele expressa profunda gratidão pela oportunidade.
Allen não hesita em tecer elogios a Poirier, mesmo que isso o incomode um pouco, considerando que o ex-campeão interino dos leves é companheiro de equipe de seu próximo adversário.
Em suas declarações, Allen destacou o imenso impacto de Poirier. “Ele fez muito pelo esporte, pela comunidade e por muitas pessoas no universo da luta”, afirmou Allen. “Acho que ele já recebeu o reconhecimento. Ele construiu uma vida fantástica através das lutas, passo a passo. Está há muito tempo no cenário e merece tudo o que conquistou. Ele trabalhou arduamente para isso, e eu sei de onde ele veio. Ele realmente merece”, completou. Allen ainda acrescentou: “Estou muito feliz por ele e sua família. Acredito que todos na Louisiana e todos que amam MMA de onde somos deveriam agradecê-lo agora. Sem ele, provavelmente não estaríamos vindo para a Louisiana. Eu o agradeci por isso, mas como ele está na equipe adversária, não posso dizer muito mais.”
Embora não treinem mais juntos, Allen guarda vivas as memórias de seus primeiros dias no MMA, quando Poirier era uma das maiores promessas da Louisiana. O experiente peso-médio recorda-se de uma sessão de sparring em particular, onde foi lançado “no fogo” com Poirier como parceiro. Mesmo sendo adolescente na época, Allen conta que Poirier o tratou como um profissional.
Allen detalhou o encontro: “Eu já treinava em uma academia diferente, e ele também. Dustin e meu amigo Kurt eram os dois maiores nomes do sul na época. Então, eles queriam que treinassem juntos. Acho que Dustin estava perto de ter uma luta no WEC ou prestes a assinar com o WEC. Kurt apenas me pediu para ir com ele, e eu fui.” Ele continua, descrevendo o sparring: “Eu estava lá, tentando observar o sparring deles, que estava sendo intenso. Então, começou um `go` ao vivo, partindo da guarda contra a parede. E, cara, eles disseram `vai` e ele me acertou tão forte. Era como um treino ao vivo, mas você começa na guarda, e ele me atingiu com tanta força. Eu pensei: `P*ta que pariu, cara, sou só uma criança. Não somos mais pequenos. Isso não vai acontecer de novo`.”
Allen ressalta que esse tipo de sessão de treino era comum para os lutadores daquela época, onde o sparring muitas vezes se assemelhava a uma luta real. Ele reconhece que os atletas de hoje são mais conscientes da saúde a longo prazo, mas admite ter aprendido muito com Poirier e outros lutadores daquela era, pois não recebia tratamento diferenciado por ser adolescente. “Você aprende muito rápido”, disse Allen. “Essa foi toda a minha formação no início, treinando com caras de 25, 26, 27 anos, enquanto eu tinha 14, 15, 16. É muito diferente de hoje em dia, posso te garantir. É muito diferente.”
Desde aquelas primeiras sessões de sparring até agora, compartilhando o mesmo card do UFC, Allen valoriza profundamente tudo o que Poirier fez pelo esporte e lhe deseja o melhor em sua aposentadoria. “No final das contas, deixando tudo de lado, estou super feliz por ele e sua família”, concluiu Allen. “Ele conquistou cada coisa que tem agora. Muitos lutadores matariam para ter o que ele tem, e ele conseguiu. Não importa o que aconteça, o homem construiu uma vida excelente para si mesmo socando pessoas na cara. Não se pode pedir mais do que isso.”