Charles Radtke tem uma missão clara ao entrar em território inimigo neste sábado.
Natural de Illinois, ele enfrenta Mike Malott em uma luta de peso meio-médio no UFC 315, em Montreal. Este é o único confronto no card que coloca um americano contra um canadense. Dada a recente tensão política entre os países vizinhos após a guerra tarifária iniciada pelo ex-presidente Donald Trump, Radtke foi questionado sobre como se sentia em relação ao clima atual ao se preparar para seu embate com Malott.
A pergunta específica feita a Radtke no dia de mídia de quarta-feira referia-se aos seus pensamentos sobre a vitória do Team Canada sobre o Team U.S.A. na final do torneio de hóquei 4 Nations Face-Off em fevereiro passado (um torneio onde as equipes se encontraram duas vezes, com o primeiro jogo precedido por um gesto agressivo onde canadenses vaiaram o hino nacional dos EUA) e se essa rivalidade tinha algum significado para ele.
“Eu não dou a mínima para hóquei,” disse Radtke. “Não é a minha praia. Mas o que eu prezo é que cresci em uma fazenda de bisões com meu avô, que é Sargento-Mor do Corpo de Fuzileiros Navais, e quando vocês todos vaiaram o hino nacional, alguém vai ter que pagar por isso. Alguém disse: `Ah, mas vocês vaiaram eles na semana seguinte.` Isso não torna a coisa certa.”
“Então, inevitavelmente, eu levo isso a sério porque todo ano eu trocava 50 bandeiras subindo nossa entrada, então vocês vão ver os resultados disso.”
Radtke foi solicitado a enviar uma mensagem a todos os canadenses presentes no Bell Centre neste sábado e ele foi direto ao ponto.
“Basicamente, f*ck you,” declarou Radtke.
Radtke não é novidade em relação a reações negativas da multidão. Após sua vitória de estreia no UFC sobre Blood Diamond no UFC 293, em Sydney, Radtke foi vaiado pela multidão, que em sua maioria apoiava Diamond, da Nova Zelândia. “Chuck Buffalo” respondeu com um insulto homofóbico, uma ação pela qual ele posteriormente se desculpou.
Dada a popularidade de Malott no Canadá, é provável que Radtke receba uma reação igualmente fria da multidão de Montreal. Ele, no entanto, acolhe isso.
“Eu acho que vou ficar muito nervoso,” disse Radtke com um tom de nervosismo simulado. “Eu acho que vou ficar muito assustado ao entrar lá. Acho que é isso que pode acontecer. É isso que vocês esperam? É isso que vocês torcem, certo? Isso não vai acontecer.”
Orlando Paraguaçu