qui. abr 17th, 2025

Cleiver Fernandes do PFL recusou ‘bom dinheiro’ esperando oferta de grande promoção

Cleiver Fernandes do PFL recusou ‘bom dinheiro’ esperando oferta de grande promoção

Muitos lutadores adotam a abordagem de “qualquer lugar, qualquer hora, qualquer um” em suas carreiras no MMA como caminho para grandes oportunidades, mas Cleiver Fernandes escolheu uma direção diferente. Não que ele esteja enfrentando apenas oponentes mais fáceis, mas simplesmente se recusou a tomar decisões tolas por dinheiro.

Fernandes estreou no esporte em 2017 e venceu cinco de suas seis primeiras lutas em um período de três anos, perdendo apenas para o futuro finalista do PFL Gabriel Braga. Depois, sentiu que era hora de dar um passo atrás e esperar. Enquanto o mundo parava durante a pandemia de COVID-19, Fernandes decidiu que só voltaria para lutas que fizessem sentido a longo prazo.

“Sempre recebemos ofertas,” Fernandes disse. “Quem não quer lutar contra um brasileiro com um bom histórico, certo? Recebi ofertas de outras promoções. Bom dinheiro, uma divisão acima e uma abaixo, mas meu foco sempre foi mirar em algo grande. Eu tinha o foco. Não estávamos desesperados por dinheiro, e sempre trabalhei por oportunidades maiores.”

Agora contratado pelo PFL e agendado para enfrentar o invicto Renat Khavalov no card Road to Dubai de sábado, Fernandes, de 29 anos, passou anos longe do jogo. Primeiro, uma pausa de dois anos até que finalizou o também promissor Derick Borges com uma chave de perna em 2022. Ele retornou ao Shooto Brasil meses depois para vencer Filipe Zacaron, e então derrotou Mauricio Almeida para conquistar o título vago dos 61 kg.

“Decidi só voltar quando algo bom aparecesse,” Fernandes explicou, esclarecendo por que não luta desde que finalizou Denilson Lima em meados de 2023. “A pressa é inimiga da perfeição. Eu não tinha pressa. Já tive intervalos mais longos antes, sem lesão ou algo assim, e decidi só voltar por algo bom. E Deus me abençoou com esta oportunidade de lutar pelo PFL.”

Fernandes planejava se mudar do Brasil para os Estados Unidos para trabalhar e ficar mais perto das principais organizações de MMA, mas ter o visto negado quatro vezes o forçou a pensar fora da caixa. Sua esposa, também faixa preta em jiu-jitsu, decidiu se concentrar em ser treinadora após sofrer uma lesão no joelho, então o casal se mudou para o “maravilhoso” Dubai para trabalhar como professor de jiu-jitsu nas escolas.

“Eu ensino nas escolas e meus alunos diziam: ‘Professor, você vai lutar contra um russo? Uau. Mas você vai ganhar! Inshallah! Você é muito bom,'” Fernandes disse. “Estou super feliz por ter o apoio deles. Vou representá-los também. Aqui é a casa dos russos, querendo ou não. Há muitos russos vivendo aqui. Eu já sabia disso, mas pedi ao [PFL] para me atribuir uma missão e eu a cumpriria. Sei que tenho o que é preciso para estar entre os melhores, e é por isso que me ofereceram este contrato.”

Khavalov está invicto como profissional com seis de oito vitórias por nocaute, mas Fernandes não parece assustado.

“Eu adoro lutar contra pessoas invictas,” Fernandes riu. “Honestamente, adoro arruinar planos. As pessoas pensam que vai acabar bem para elas, e eu arruino todos os seus planos. Não tenho motivos para temer os russos. As pessoas geralmente se referem aos russos como essa força imbatível. Meu amigo Felipe Froes foi para a Rússia e se tornou campeão lá. Serei o mesmo Cleiver agressivo, andando para frente buscando a finalização. Ou vou derrubá-lo e pegá-lo, ou nocauteá-lo em pé.”

By Tadeu Ribeirão

Tadeu Ribeirão - analista respeitado de Belo Horizonte, especialista em Muay Thai e Kickboxing. Em 15 anos, cobriu mais de 200 torneios de artes marciais. Apresenta um podcast popular sobre táticas de luta.

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