Drew Dober sempre quer a chance de lutar até o fim, então ele definitivamente não teve problemas com a forma como o árbitro Mike Beltran lidou com sua derrota no UFC México no último sábado.
A sequência final no evento co-principal viu Dober ser atingido por um soco de Manuel Torres antes de cair no chão, onde Dober imediatamente agarrou uma perna para tentar uma queda enquanto se recuperava. Torres acompanhou com uma barragem de socos de martelo na lateral da cabeça antes de Beltran finalmente encerrar a luta aos 1:45 do primeiro round.
Uma fração de segundo após a interrupção, Dober já estava de pé novamente e ainda tentando continuar. Embora a maior parte das críticas sobre o final da luta tenha recaído sobre Beltran por permitir que Dober absorvesse muito dano, também houve alguma confusão sobre o timing porque o veterano de 36 anos voltou a ficar de pé tão rapidamente.
“Eu nunca fui de ir e voltar. Foi uma boa interrupção”, disse Dober ao MMA Fighting sobre a luta. “O primeiro ou segundo soco de martelo foi o que meio que me colocou em outra dimensão. Mas meu corpo está apenas disposto a lutar, eu acho. Meu corpo está apenas pronto para ir. Então é como se as luzes estivessem acesas, mas não havia ninguém em casa.”
“A razão pela qual eu estava agarrado à perna dele é porque eu não estava mais lá. Foi uma boa interrupção. Minha disposição para lutar apenas transcende minha mente.”
Desde que a luta terminou, Dober voltou a assistir sua performance várias vezes e ele pode realmente apontar exatamente quando ele estava acabado, embora com a cabeça baixa no tatame fosse mais difícil dizer no calor do momento.
“Se você assistir, tecnicamente quando você quer finalizar a queda, você quer sua pegada acima do joelho do seu oponente”, explicou Dober. “Eu estava tentando uma queda e depois do primeiro ou segundo soco de martelo, você vê minha pegada simplesmente cair abaixo do joelho dele para tipo uma single leg baixa. Eu nunca faço aquela queda, então aquele não foi um movimento produtivo.”
“Então, se você quiser reassistir aquele vídeo, o momento em que minha pegada vai abaixo do joelho dele, foi quando a luta deveria ter sido interrompida.”
Considerando que Dober comeu vários socos de martelo em sucessão depois que ele já estava acabado, ele guarda alguma mágoa de Beltran por uma interrupção tardia?
“Para minha saúde, eu acho que poderia ter sido interrompido mais cedo, mas eu não culpo o árbitro porque ele está tentando fazer o trabalho dele”, disse Dober. “Ele me disse no vestiário que ele conhece a forma como eu luto. Ele sabe o dano que eu posso aguentar. Ele vai me dar todas as oportunidades para melhorar minha posição.”
“Realmente a pessoa a ser culpada pela interrupção tardia é o fato de que meu corpo simplesmente continuou lutando independentemente da minha mente estar ausente. Eu não culpo ninguém. Todos estavam fazendo seu trabalho, até mesmo Manuel Torres. Infelizmente, é o que é.”
Embora a segurança dos lutadores seja primordial quando se trata da decisão de um árbitro de interromper uma luta ou permitir que a ação continue, Dober admite que prefere que os oficiais lhe deem todas as oportunidades possíveis para sobreviver.
Não havia como voltar com o que aconteceu no UFC México, mas Dober aprecia que sua durabilidade geralmente lhe dá a chance de resistir à tempestade e então revidar contra seus oponentes.
“Eu escolhi uma carreira infeliz para minha saúde”, disse Dober. “É como se não fôssemos ter carreiras perfeitas no MMA. Nós vamos levar um soco e temos que nos recuperar disso. Eu acho que os árbitros deveriam se inclinar mais para dar um passo para trás e deixar os profissionais fazerem seu trabalho.”
Grande parte da conversa após a luta girou em torno da interrupção. Para Dober, ele ainda tem que lamentar o fato de ter sofrido uma terceira derrota consecutiva no UFC.
O que talvez doa ainda mais é que Dober não conseguiu mostrar todo o trabalho duro que fez se preparando para a luta porque sua noite acabou em dois minutos.
“Eu odeio o fato de eu ter dado apenas tipo um minuto e 30 segundos de luta, mas eu queria ver onde eu errei”, disse Dober. “Eu assisti a luta várias vezes e, na verdade, eu estava fazendo tudo o que eu precisava fazer. Eu trabalhei nas minhas melhorias, meu plano de jogo, meu movimento, meus fintas, eu estava trabalhando ele contra a grade, eu estava arriscando, tudo estava em uma posição para ser uma luta infernal e o outro aspecto é que há um pouco de sorte envolvida. Ele se comprometeu com o 1-2 fora da grade e ele encontrou o alvo nisso. Completamente coerente no knockdown. Somos todos lutadores. Levamos socos na boca. Não existe luta perfeita.”
“Eu caí na bunda, eu chutei para aquela queda para meio que começar aquela luta e foi aquele primeiro ou segundo soco de martelo que aterrisou na lateral da minha cabeça que meio que acabou com ela. O que eu tirei disso, eu ainda tenho, eu ainda sou talentoso, eu estou ansioso para a próxima, mas Manuel Torres, ele acertou no alvo.”
De volta para casa e descansando, Dober sempre leva sua saúde a longo prazo a sério, então ele não vai se apressar em voltar para a briga novamente sem garantir que ele esteja 100% pronto para ir.
Dober revelou planos de se encontrar com médicos esta semana para fazer um check-up porque mesmo que ele se sinta perfeitamente bem, ele não está correndo nenhum risco quando se trata de seu cérebro e do dano causado por um nocaute. Idealmente, Dober espera lutar novamente em algum momento por volta de agosto ou setembro, dependendo da liberação de seus médicos.
“Eu não vou ser um wrestler Dagestan. Eu sei que quando eu luto, eu vou levar um soco na cabeça”, disse Dober. “É tipo o que acontece no meu estilo de luta. Então eu preciso ter certeza de que minha cabeça é de qualidade e capaz de aguentar a punição. Então eu vou tirar um tempo de folga. Eu estou prestes a ver um neurologista na sexta-feira sobre o estado da minha cabeça. Eu estou usando esses óculos de luz azul. Eu acabei de fazer uma câmara hiperbárica. Eu estou fazendo tudo o que eu posso para ter certeza de que meu cérebro cura correta e adequadamente antes de eu voltar para o ringue.”
“No que diz respeito à minha saúde, eu me sinto bem. Nós só vamos tentar ter certeza de que não vamos fazer mais nenhum dano adicional no treinamento.”
Orlando Paraguaçu