Georges St-Pierre é um dos campeões mais bem-sucedidos e uma das maiores atrações da história do UFC, portanto, ele compreende a importância do poder das estrelas.
Atualmente, o UFC está mais bem-sucedido do que nunca, com presença constante no mundo dos esportes graças à programação quase semanal, receitas de bilheteria que quebram recordes sempre que a promoção viaja, e um novo e importante acordo de transmissão no horizonte. Sugerir que o UFC está em qualquer tipo de perigo financeiro seria ridículo.
No entanto, isso não impediu o crescente sentimento dos fãs de que o produto está faltando algo e que há escassez de nomes atraentes no topo. Em participação no podcast IMPAULSIVE, `GSP` foi questionado sobre o problema de estrelas do UFC e concordou que há trabalho a ser feito para construir futuras atrações de eventos principais.
“Conor McGregor, acredito, é uma anomalia”, disse St-Pierre. “Ame-me, odeie-me, mas não me ignore. Ele fez algo inacreditável. É difícil tentar recriar isso, mas vai acontecer em algum momento, com certeza. Recordes existem para serem quebrados. Mas agora, porque ninguém consegue fazer o que o Conor fez, não acho que seja porque eles não têm estrelas. Eles têm estrelas. Eles tinham Sean O’Malley, mas agora Sean O’Malley perdeu. Eles tinham Israel Adesanya, ele perdeu algumas vezes, é uma pena para o UFC porque ele era um grande nome. [Alex] Pereira, a mesma coisa, acabou de perder.”
St-Pierre listou quatro das maiores estrelas do UFC, com McGregor na frente. O ex-campeão de duas categorias liderou alguns dos eventos de esportes de combate mais lucrativos de todos os tempos, mas recentemente caiu em irrelevância, sem aparições em competições desde 2021 e com inúmeros problemas legais manchando sua reputação.
Sean O’Malley, Israel Adesanya e Alex Pereira são todos ex-campeões mundiais que alcançaram o mainstream, mas as perdas em lutas por título levantaram a questão de por quanto tempo mais o UFC poderá contar com eles para atrair público.
Para St-Pierre, essas perdas são apenas a consequência do ato de alto risco que sempre fez parte do MMA. Qualquer um pode perder em qualquer noite — St-Pierre sabe disso bem, tendo ele próprio sofrido um nocaute surpreendente e inacreditável cortesia de Matt Serra — e embora seja isso que torna o MMA tão atraente, também pode levar nomes importantes a descerem rapidamente nos rankings.
No entanto, St-Pierre não quer ver isso mudar e espera que o UFC possa voltar a fazer as maiores lutas acontecerem, após não conseguir entregar confrontos altamente antecipados como Jon Jones vs. Tom Aspinall e Islam Makhachev vs. Ilia Topuria.
“Como empresário, acho que o objetivo do UFC é ganhar dinheiro”, disse St-Pierre. “Primeiro, não é bom para eles porque se uma de suas superestrelas perde, não é bom. Mas, por outro lado, não acho que eles necessariamente tentem dar — quero dizer, eles podem fazer isso às vezes, para dar um bom parceiro de dança a certos caras para promovê-los — mas quando você é campeão, você pega o desafiante número 1. É assim que deveria ser. Essa é a diferença entre o boxe e o MMA; sempre criticamos o boxe porque ‘Ah, há caras que têm 60-0, 40-0, 30-0’, mas eles realmente não têm um desafio forte.
“A razão pela qual as pessoas amam as artes marciais mistas é porque quando você é campeão, você luta contra o desafiante número 1 e não cabe a você escolher, e isso não deveria mudar. Era assim no meu tempo, é assim que deveria ser agora. O campeão não tem nada a dizer. Você luta contra quem está na sua frente, e é assim que deveria ser. O UFC deveria agir.”
Tadeu Ribeirão 
Orlando Paraguaçu