dom. maio 4th, 2025

Israel Adesanya sobre o papel dos psicodélicos e da terapia em sua carreira

Embora Israel Adesanya fosse um mestre estrategista dentro do octógono, ele precisava de ferramentas diferentes para lidar com os desafios fora da jaula e as pressões diárias.

Enquanto subia nas fileiras do UFC, eventualmente conquistando dois títulos peso-médio, Adesanya se preparou para lidar com a imensa pressão e as “quedas” emocionais inevitáveis que acompanham a competição de elite. Durante uma aparição recente no podcast Pound 4 Pound, Adesanya nomeou duas ferramentas chave que o ajudaram com o estresse mental: psicodélicos e terapia.

A Experiência com Psicodélicos

Adesanya compartilhou um exemplo específico: antes da luta contra Alex Pereira em Miami (UFC 287), ele usou macro-doses de cogumelos. Ele descreveu sentir uma conexão mais profunda consigo mesmo durante essas “viagens” no chuveiro, o que o ajudou a focar intensamente. Essa experiência o levou a escrever uma afirmação em seu espelho sobre alcançar a “maior virada da história do UFC”.

Ele geralmente considera os psicodélicos benéficos para alterar seu estado de ser ocasionalmente, acreditando que oferecem diferentes perspectivas e removem “vendas”. Ele mencionou sentir-se vulnerável e observou que até mesmo comestíveis (infusões) podem facilitar uma introspecção profunda e o processamento de bagagem emocional acumulada.

A luta mencionada foi o UFC 287, onde Adesanya buscou recuperar o título peso-médio que Pereira havia tirado dele no UFC 281. Após múltiplas derrotas para Pereira no kickboxing e MMA, Adesanya finalmente conquistou uma vitória em seu quarto confronto com um nocaute no segundo round.

O Valor da Terapia

Muito antes daquela luta crucial, Adesanya já havia investido em terapia para guiá-lo em sua carreira no UFC. Ele procurou ajuda logo após sua bem-sucedida estreia na promoção em fevereiro de 2018, apesar da vitória e das recompensas financeiras significativas.

Adesanya detalhou a sensação após sua estreia: ganhando uma quantia considerável de dinheiro, recebendo um bônus, sentindo que “roubou a cena” e estava “no topo do mundo”. No entanto, ele voltava para casa e “despencava”, sentindo-se deprimido e culpado por isso. Ele identificou isso como uma reação à súbita falta de estímulo externo após o “alto” intenso da luta e da atenção pública, comparável à queda que se sente após a euforia do café.

Adesanya alcançou sucesso notável no início de sua trajetória no UFC, incluindo vitórias sobre lutadores proeminentes como Anderson Silva, conquistando um título interino contra Kelvin Gastelum (uma luta destinada ao Hall da Fama do UFC), unificando o cinturão contra Robert Whittaker e defendendo-o com sucesso cinco vezes.

Mesmo durante seu auge de performance e sucesso, ele credita à terapia o auxílio para permanecer com os pés no chão e gerenciar as oscilações emocionais que acompanham os altos e baixos de sua carreira.

As técnicas aprendidas na terapia forneceram-lhe ferramentas para navegar a transição de volta para casa após as lutas, ajudando-o a se firmar, retornar à rotina e evitar o desespero sem rumo.

Adesanya enfatizou que sempre entendeu que há mais na vida do que lutar. Essa perspectiva o ajuda a evitar se tornar exclusivamente dependente dos holofotes e do “impacto” da competição, ao contrário de alguns atletas que acham difícil se afastar do esporte quando seu auge passa.

By Ítalo Montero

Ítalo Montero - jornalista experiente de Fortaleza, especializado em cobertura de MMA e Jiu-jitsu Brasileiro. Em 12 anos de carreira, realizou centenas de entrevistas com lutadores do UFC e Bellator.

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