Jon Jones considera a luta como seu negócio, mas ele admite que a intensa rivalidade com Daniel Cormier não foi apenas pessoal, mas também tirou o pior dele.
Amplamente reconhecido como um dos maiores lutadores de todos os tempos, Jones enfrentou pouca adversidade no octógono ao longo de sua carreira. Ele geralmente aborda cada oponente com a mesma mentalidade: fazer seu trabalho e vencer a luta. Isso mudou completamente com Cormier, pois Jones confessou que desprezava tanto o bicampeão olímpico que isso o fez trabalhar ainda mais duro para garantir que não perderia quando finalmente se enfrentassem no cage.
“Eu e Daniel Cormier, juro que ele me envelheceu de certa forma”, disse Jones a Vic Blends no YouTube. “Eu luto por amor. Faço o que faço puramente por amor — amo esse dom, a oportunidade, os fãs, o dinheiro, tudo, eu simplesmente amo. Mas com Daniel Cormier, surgiu um ódio pela primeira vez onde eu simplesmente não conseguia imaginar perder para este homem.”
“Lembro-me de ter feito treinos extras no dia de Natal simplesmente porque eu o odiava tanto na época e não conseguia imaginar perder para ele. Isso me impulsionou a vencê-lo, mas eu nunca mais quero operar a partir dessa energia.”
Jones sabe que seu intenso desprezo era recíproco, pois ouviu Cormier dizer algo muito parecido sempre que aborda a rivalidade publicamente.
“Sei que ele sente o mesmo por mim”, disse Jones sobre Cormier. “Eu o ouvi dizer em entrevistas como `Eu genuinamente odiava Jon Jones`. Foi estressante e aquele camp de treinamento levou muito tempo e provavelmente tirou alguns anos de nossas vidas só de operar com tanto ódio.”
Um dos encontros mais acalorados de fato aconteceu durante uma entrevista que Jones e Cormier compartilharam na ESPN, com uma discussão verbal capturada pelas câmeras quando os lutadores não tinham ideia de que estavam sendo gravados.
A infame troca de farpas foi eventualmente divulgada, e Jones contou que seu desejo de realmente prejudicar Cormier naquele dia era absolutamente genuíno.
“Tivemos um momento de bastidores vazado onde eu estava literalmente dizendo a ele que ia matá-lo”, disse Jones. “Pensávamos que as câmeras estavam desligadas e ainda estávamos ao vivo, e ele perguntou `Você está ao lado?`, e eu respondi `Sim, estou ao lado`, e então `Você ainda está aí, cuzão?`, e ele `Ainda estou aqui`. Ele disse `Queria que me deixassem ir para o lado para poder cuspir na sua cara`.”
“Pensei em quantas vezes o via cara a cara e que ele realmente poderia cuspir na minha cara em algum momento. Tínhamos muito mais compromissos de mídia. Eu disse a ele `Cara, se você fizer isso, eu vou te matar, eu vou absolutamente te matar` e eu realmente quis dizer isso. Isso foi muito sombrio para os esportes e muito real.”
Jones finalmente dividiu o octógono com Cormier em duas ocasiões separadas e venceu ambas as lutas, embora sua vitória por nocaute em 2017 tenha sido posteriormente anulada para um `no-contest` devido a um teste antidoping positivo.
De qualquer forma, Jones nunca se sentiu assim em relação a nenhum outro oponente, e não havia nada “feito para a televisão” quando se tratava de seu ódio profundo por Cormier.
“Daniel Cormier, nós nos encontramos [na rua] e graças a Deus ambos tínhamos nossas equipes por perto que nos mantiveram separados”, disse Jones. “Esse foi o único lutador com quem senti que [poderia brigar na rua].”
“Então, nós realmente brigamos no lobby do MGM Grand antes da nossa luta. Daniel Cormier era um daqueles caras onde `ver significava lutar`. Em qualquer lugar, a qualquer hora.”
Considerando que Cormier chegou a deter títulos tanto no peso-pesado quanto no meio-pesado antes de ser introduzido no Hall da Fama do UFC, Jones poderia facilmente considerar essas vitórias como algumas das maiores conquistas de sua carreira.
Ainda assim, Jones não gostava muito de si mesmo durante o tempo que passou rivalizando com Cormier, mesmo que tenham conseguido criar uma das rivalidades mais intensas na história dos esportes de combate.
“Foi bom de assistir”, disse Jones. “Mas não foi tão divertido participar.”