qua. jul 30th, 2025

Joshua Van: ‘Quando eu vencer o nº 1, serei o nº 1’ – Confiante em Disputa de Título Após UFC 317

Joshua Van não é do tipo que recusa oportunidades.

Mal haviam se passado 24 horas de sua impressionante vitória por paralisação sobre Bruno Silva no UFC 316, quando o peso-mosca de 23 anos recebeu uma ligação de seu empresário que ele definitivamente não esperava. Manel Kape havia sofrido uma lesão e Brandon Royval precisava de um novo adversário para o UFC 317 — e a pergunta foi se Van estaria interessado em aceitar o desafio.

“Recebi a ligação no domingo [depois de lutar no sábado]. Acho que ele [Royval] recebeu a mesma ligação no domingo, quando a luta dele caiu. Porque quando me ligaram, eu meio que não acreditei. Manel estava lá. Então, quando ele lançou aquele pequeno vídeo, foi quando eu pensei: ‘OK, vou mesmo lutar com ele’. Nós dois sabíamos que a luta foi marcada no domingo.”

Para Van, a resposta é sempre “sim” quando uma luta é oferecida, e esta não foi exceção. Ele vê este combate como uma oportunidade ideal, com muito a ganhar e pouco a perder. É uma chance divina que ele não poderia recusar, especialmente por enfrentar o número 1 do ranking, o que era exatamente o que ele desejava.

“O empresário ligou e perguntou: ‘você quer lutar com Royval?’. Quer dizer, a resposta vai ser sempre sim para mim quando me oferecem uma luta. Nesta luta, tenho tudo a ganhar e não muito a perder. Esta é uma oportunidade perfeita que Deus me deu, então não posso dizer não. Quando a ligação veio, eu pensei: ‘claro que sim, quero lutar com ele, especialmente porque ele está no topo, o número 1. Isso é tudo o que eu queria’.”

Em um cenário ideal, Van teria um camp de treinamento completo e mais tempo para se preparar para um adversário como Royval, que atualmente é classificado pelo UFC como o desafiante número 1 na divisão, tendo já enfrentado o campeão Alexandre Pantoja pelo título.

No entanto, Van vinha buscando ansiosamente a oportunidade de enfrentar competidores de alto escalão, o que o levou a desafiar o ex-campeão Brandon Moreno após sua vitória no início de junho.

“Eu simplesmente não posso dizer não. É uma luta honrosa, então tenho que aceitá-la.”

Ele explicou que seu desafio a Moreno se deu porque todos os outros lutadores do top 15 já estavam com lutas marcadas, restando apenas ele e Moreno. Com a saída de Manel Kape, Van se tornou a única opção viável, pois sabia que Moreno não aceitaria um aviso de três semanas, precisando de um camp completo. Para Moreno, aceitar tal risco seria “estúpido”. Van concluiu que ele era o único disposto a entrar em ação.

“Há uma razão pela qual eu desafiei [Brandon] Moreno também, é porque todos os caras do top 15 estão com lutas marcadas. Sobramos só eu e ele. Essa foi a razão pela qual o desafiei. Quando Manel saiu, eu era a única opção. Porque eu sei com certeza que Moreno não vai aceitar com três semanas de aviso. Ele precisa de um camp de luta. Para ele correr esse risco é simplesmente estúpido. Eu sou o único cara que vai entrar.”

Van admite que não assiste muito MMA em seu tempo livre, por isso não estava realmente familiarizado com o histórico de Royval, mas imediatamente começou a estudá-lo após receber a confirmação do UFC de que estava escalado para a luta.

Estilisticamente, Van espera que Royval o aborde com uma mentalidade semelhante, o que pode resultar em um confronto explosivo no UFC 317.

“Não muito familiar. Eu realmente não assisto a lutas assim [mas] ele é o número 1 por uma razão.”

“Ele tem o mesmo estilo que eu. Pressionar os caras até eles cederem. Acho que vai ser tipo: quem vai ser mais esperto que quem. Não vai ser o mais forte, mas o lutador mais inteligente que vai vencer a luta. Eu só tenho que ser mais esperto que ele em tudo.”

Embora tenha aceitado a luta independentemente das circunstâncias, Van sabe o quanto ele tem a ganhar com uma vitória sobre alguém como Royval neste sábado.

Com o atual campeão Alexandre Pantoja enfrentando Kai Kara-France no mesmo card, e após já ter superado a maioria dos principais desafiantes da divisão, Van acredita que ele pulará a fila para uma disputa de título se ele conseguir passar por Royval.

“Quando eu vencer o número 1, eu serei o número 1. Depois desta luta, terei que lutar pelo cinturão. Essa é a única coisa que resta. O que mais eu deveria fazer? Eu venci Royval, devo voltar e lutar [com outra pessoa]?”

“Obrigado a Royval por me dar esta oportunidade. Ele poderia ter dito não, eu vou esperar. Mas ele é um ‘cachorro’ [um lutador corajoso e aguerrido]. Ele me deu essa oportunidade, então, um salve para esse cara.”

Lutar com apenas três semanas de aviso pode ser a maior desvantagem deste combate, mas Van reconhece que as recompensas superam em muito os riscos.

Se ele conseguir ir lá e vencer Royval no UFC 317, com o cinturão peso-mosca em disputa apenas duas lutas depois no card principal, Van se lembra de um cenário semelhante que se desenrolou na divisão dos médios em 2022.

“Isso é o que vai criar uma história melhor de quem vai lutar pelo cinturão”, explicou Van. “Estamos no mesmo card. Meio que como [Israel] Adesanya e Alex Pereira. Vai ser assim. Perfeito.”

No UFC 276, Israel Adesanya derrotou Jared Cannonier no evento principal, mas antes de sua aparição, Alex Pereira conseguiu um nocaute brutal sobre Sean Strickland que consolidou sua posição como o desafiante número 1 na divisão.

Van não desejaria nada mais do que se encontrar em uma posição semelhante após o final da noite de sábado.

Ele também credita ao UFC por pensar nele para este tipo de oportunidade, já que Van se aproxima de sua nona aparição na promoção em apenas dois anos.

“Sinto que o UFC fez um bom trabalho me dando os confrontos que me deram. Sinto que eles me construíram do zero. Porque lembro que quando perdi minha luta, se eu tivesse vencido, começaria a lutar com os caras do topo rapidamente. Eu talvez não estivesse pronto para eles, mas agora sinto que aquela derrota me puxou para trás e consegui mais duas lutas contra caras ranqueados. Tive que lutar com outros dois caras ranqueados e lutei com Cody [Durden].”

“Sinto que os confrontos me prepararam para este tipo de luta. Então, um salve para Mick [Maynard] e um salve para o UFC por me dar os confrontos certos e me construir da maneira certa.”

By Ítalo Montero

Ítalo Montero - jornalista experiente de Fortaleza, especializado em cobertura de MMA e Jiu-jitsu Brasileiro. Em 12 anos de carreira, realizou centenas de entrevistas com lutadores do UFC e Bellator.

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