Julianna Peña já enfrentou algumas das melhores lutadoras femininas de MMA, mas é sua próxima adversária que ela mais deseja vencer.
A campeã peso-galo do UFC ainda não tem uma luta oficial marcada com a desafiante número 1, Kayla Harrison, mas tudo indica que esse confronto está próximo de acontecer. Peña reconquistou o título no UFC 307 em outubro passado, e Harrison venceu Ketlen Vieira no mesmo evento, mantendo-se no caminho para uma disputa de cinturão.
Durante uma participação no podcast Overdogs, Peña foi questionada se teria interesse em vingar alguma de suas derrotas mais famosas – Amanda Nunes, Valentina Shevchenko e Germaine de Randamie – mas ela deixou claro que uma vitória sobre Harrison seria mais importante que todas as outras.
“Kayla Harrison, com certeza”, disse Peña. “Porque é algo novo, atual. Eu não quero viver no passado, não quero ficar presa ao passado. Quero seguir em frente e continuar avançando, e essa pessoa é Kayla Harrison. É nela que estou de olho, esse é meu alvo, meu objetivo, e seria o mais significativo para mim.”
“E eu conheço bem esse território. Eu era considerada azarona com odds de 11 para 1 contra Amanda Nunes, então 7 para 1 é bem melhor.”
Essa declaração surpreendeu alguns, já que Peña frequentemente pedia para Nunes sair da aposentadoria para uma trilogia. Peña chocou o mundo ao derrotar Nunes e conquistar seu primeiro título no UFC 269 em dezembro de 2021, mas perdeu o cinturão de volta para Nunes sete meses depois no UFC 277. Embora Nunes tenha ocasionalmente provocado um retorno, “A Leoa” parece satisfeita em permanecer aposentada por enquanto.
Peña parece ter deixado essa rivalidade para trás e agora foca em Harrison, embora diga que ainda há muita negociação a ser feita antes que a luta seja oficial.
“Todo mundo sabe que é para nós lutarmos”, disse Peña. “Todo mundo sabe que essa é a maior luta da história do MMA feminino, que essa luta vai ser emocionante e que essa é a luta para ficar de olho. Não é nenhum segredo. Não é como se eu fosse dizer, ‘Vou lutar com Amanda Nunes!’ Todo mundo sabe que sou eu e Kayla que devemos lutar.”
“A data não foi anunciada. O local não foi anunciado. Então, acho que há algumas peças-chave do quebra-cabeça que precisam se encaixar. Contratos, locais, garantir que tenhamos um lugar para realmente lutar. Isso não foi anunciado, está para ser determinado, mas quanto a quem eu vou lutar, não é segredo. Todo mundo sabe que é a Kayla.”
Dependendo de onde se olha, Peña é considerada azarona com odds de até 5 para 1, enquanto Harrison é a favorita com -700. Como Peña destacou, isso não é novidade para ela, pois ela sente que é frequentemente subestimada, apesar de ser bicampeã do UFC.
Ela ofereceu uma teoria sobre por que as casas de apostas são rápidas em descartá-la e por que essa mesma razão pode lhe dar vantagem na noite da luta.
“Acho que uma das razões pelas quais sou azarona ou por que sempre sou subestimada ou por que as pessoas sempre me descartam é porque talvez eu não seja a mais tecnicamente perfeita”, disse Peña. “Talvez eu não lance os socos perfeitamente e faça tudo perfeito, onde eu seja tão técnica. Talvez eu não tenha treinado artes marciais ou dado meu primeiro soco até os 19 anos de idade e nunca tenha praticado wrestling quando criança ou judô quando criança ou nunca estive em nenhuma arte marcial até aquele momento de dar um soco pela primeira vez aos 19 anos, e talvez não tenha a experiência que essas outras garotas têm.”
“Mas eu sempre tive uma coisa que me diferenciou de todo mundo e essa é minha mentalidade e a dureza mental, a garra e a crença em mim mesma de que posso fazer qualquer coisa e eu nunca coloquei um teto em mim mesma quanto ao que sou capaz de fazer. Eu sempre acreditei que posso e quando você tem essa dureza mental de não me importar com o que você faz, eu ainda vou me levantar e continuar vindo para cima de você a um milhão de milhas por hora, é realmente difícil derrotar alguém assim. Quando você joga a pia da cozinha em alguém e eles dizem, ‘É só isso que você tem?’ É mentalmente derrotante para eles e é como, ‘O que eu tenho que fazer para matar essa pessoa?’ e eu estou do outro lado tipo Exterminador. Você vai ter que literalmente cortar minha cabeça para me fazer parar porque eu não vou parar e eu acho que essa atitude de nunca desistir ou nunca parar e sempre ser implacável não importa o que aconteça é meio que por que eu tive qualquer quantidade de sucesso que tive porque eu posso ser jogada de cabeça, mas então você vai ter que ter cuidado com o que eu faço depois que eu sou jogada de cabeça. Eu posso ser derrubada, mas então você vai ter que se preocupar em levar uma cotovelada no rosto ou um soco porque eu não vou me deitar e eu não vou me deitar.”
Orlando Paraguaçu