Conor McGregor está afastado do UFC há quase quatro anos, e suas últimas declarações sugerem que sua carreira como lutador pode ter chegado ao fim.
Em uma aparição recente em um evento do BKFC na Flórida, o ex-campeão do UFC em duas categorias confirmou que recusou uma oportunidade de luta para se dedicar à candidatura à presidência da Irlanda, seu país natal. McGregor também acrescentou: “Estou feliz com o que fiz”, o que soa mais como um discurso de despedida do que um indício de um possível retorno à ação.
Embora esses comentários recentes pareçam indicar que McGregor encerrou sua trajetória nas lutas, a lenda do UFC Matt Brown afirma que essa possibilidade já havia sido sugerida pelo astro irlandês quando ele se tornou um nome conhecido, e agora ele parece estar cumprindo essa promessa.
“Ele nos disse há uns 10 anos o que pretendia fazer”, disse Brown no podcast The Fighter vs. The Writer. “Vocês se lembram dele falando sobre isso? ‘Vou entrar, dominar, ganhar dinheiro e depois sair dessa m*rda’”.
“Ele mencionou algo como este esporte é brutal, não dá para ficar nele por muito tempo. Ele nos disse isso há uns 8 ou 10 anos. Ele literalmente nos avisou e está fazendo exatamente isso.”
Apesar de Brown ter declarado há alguns anos que McGregor provavelmente nunca mais lutaria, ele reconhece que a atenção e os holofotes que acompanham o maior nome da história do UFC são difíceis de abandonar.
Essa atração manteve McGregor ligado a um possível retorno, mas Brown acredita que, com a candidatura à presidência da Irlanda e a participação como coproprietário do BKFC, ele encontrou novas formas de se manter relevante, sem precisar lutar novamente.
“Isso não me surpreende nem um pouco”, disse Brown. “Ele finalmente está admitindo. Ele adora estar nas notícias, adora se manter relevante e dar palpite em tudo. Ele manteve sua voz ativa e todos nós continuamos prestando atenção e falando sobre ele.”
“Ele fez um ótimo trabalho nisso. Um bom trabalho em manipular a mídia. Eu já tinha dito antes, ele já era. Acho que ele está apenas confirmando o que já sabíamos.”
Quanto à possibilidade de McGregor vencer uma eleição importante na Irlanda, muitos especialistas em seu país natal acreditam que ele tem poucas chances de vitória, mas o mesmo foi dito sobre Donald Trump nos Estados Unidos.
Diferente da presidência dos EUA, o cargo na Irlanda não tem o mesmo poder ou responsabilidade, funcionando mais como uma figura representativa. Nesse sentido, Brown acredita que McGregor poderia se destacar nessa função, mas seus erros do passado podem prejudicá-lo quando chegar a hora da votação.
“Ele é um orador muito bom”, disse Brown sobre McGregor. “Ele é inteligente, espirituoso e tem boa oratória. Sua reputação pode não ser ideal para alguém que representa o país, mas em termos de habilidade de comunicação e potencial pessoal, aposto que ele seria muito bom nisso.”
“Infelizmente, ele meio que manchou um pouco sua reputação. Independentemente de ter cometido ou não os [assédios sexuais], as acusações existem e são públicas. É complicado colocar alguém assim para representar o país. São alegações, mas complicam a situação. O ponto é que, se nada disso tivesse acontecido, ele seria ótimo para o cargo.”
Além da política, McGregor tem se dedicado ao papel de promotor do BKFC após se tornar coproprietário da organização de bare-knuckle. Brown elogia o entusiasmo de McGregor pelo esporte, vendo isso como outra forma de manter seu nome em evidência sem precisar lutar.
“Ele está muito bem no BKFC”, disse Brown. “Ele é a pessoa perfeita para isso. O cara ideal para estar fazendo esse trabalho. Os fãs adoram, ele tem o dom da palavra e muita energia para isso. Acho ótimo para o BKFC. E considero o esporte bem legal, na verdade.”
Seja transformando o BKFC em uma das maiores organizações de esportes de combate do mundo, ou se elegendo presidente da Irlanda, Brown sabe que McGregor tem muitos compromissos fora do mundo das lutas.
Brown espera que McGregor seja feliz com o que escolher fazer, pois ele já provou tudo o que tinha para provar em sua carreira de lutador, e talvez “The Notorious” finalmente esteja percebendo que chegou a hora de seguir em frente.
“Espero que ele faça grandes coisas e se represente bem”, disse Brown. “Que ele se cuide, se porte bem e que isso o ajude a melhorar de vida. É isso que importa. A vida é uma só.”
“Ele não vai voltar. Já posso cravar que fui o primeiro a prever isso? Não foi difícil. Ele nos disse. Não sei por que ninguém deu ouvidos. Ele disse com todas as letras e eu acredito nele.”
Orlando Paraguaçu