Miesha Tate reconhece que nunca terá a oportunidade de se vingar das derrotas sofridas para Ronda Rousey. Diante disso, buscar uma luta contra Kayla Harrison surge como a melhor alternativa possível.
Considerada uma das rivalidades mais acirradas da história do esporte, Tate enfrentou e perdeu para Rousey duas vezes, com o último confronto ocorrendo em 2013. Posteriormente, Tate derrotou Holly Holm — que nocauteou Rousey para conquistar o título do UFC —, mas nunca mais pôde ter a revanche contra Rousey, já que a ex-campeã se aposentou sem planos de retornar à competição.
Isso, sem dúvida, deixou um sentimento de frustração em Tate, mas ela pode ter a chance de enfrentar uma lutadora diferente, porém com um conjunto de habilidades similar, agora que a bicampeã olímpica de judô, Kayla Harrison, está no UFC.
“Eu desejava desesperadamente mostrar o quanto posso me sair melhor agora contra uma judoca do que antes”, disse Tate, referindo-se a ter enfrentado Rousey — medalhista de bronze olímpica em judô. “Porque eu perdi aquelas duas primeiras lutas para Ronda e simplesmente não entendia. Tenho uma equipe de treinamento completamente diferente agora. Tenho pessoas que realmente podem imitar alguém com histórico de judô, enquanto naquela época, quando enfrentei Ronda, era impossível encontrar mulheres de alto nível no judô que também estivessem OK em levar socos no rosto enquanto eu tentava não ser jogada. Eu não conseguia encontrar. Treinei com alguns homens, mas os homens não eram tão `escorregadios` quanto Ronda. Eram muito mais sobre usar a força bruta.”
“Desde aquele momento”, continuou ela, “[eu tenho] tentado melhorar muito nisso [judô]. Sinto que finalmente tenho as ferramentas. Então, a qualquer momento, mesmo que não seja por um título, acho que seria ótimo lutar contra Kayla Harrison.”
Tate, que retorna à ação contra Yana Santos no próximo evento do UFC em Des Moines, em maio, deixa claro que, diferentemente de seus confrontos acalorados com Rousey, não há nada de pessoal envolvido em querer lutar contra Harrison.
Claro que ela também entende que Harrison não é exatamente o mesmo tipo de lutadora que Rousey, mas o fato de virem de um histórico de judô quase idêntico, com uma tendência a dominar as oponentes no chão, pelo menos as torna um tanto semelhantes.
É por isso que Tate adoraria ter a chance de se testar contra Harrison e, talvez, exorcizar alguns daqueles “demônios” de Ronda Rousey ao longo do caminho.
“Kayla é uma judoca muito respeitada”, disse Tate. “Ela tem credenciais semelhantes às de Ronda. Ela é a sua própria lutadora, ela é a sua própria pessoa. Não seria tão doce quanto vindicar aquelas duas derrotas para Ronda, no entanto, seria um ótimo `segundo lugar` e eu aceitaria isso.”
“Eu teria orgulho das pessoas dizendo, `sabe de uma coisa, acho que Miesha estava certa. Ela conseguiu provar o que disse, aprendeu muito sobre judô e foi capaz de vencer Kayla Harrison e, provavelmente, se elas tivessem aquela terceira luta, ela também venceria Ronda.`”
Enquanto Tate está agendada para maio, Harrison terá sua primeira chance de se tornar campeã do UFC ao enfrentar Julianna Pena no co-evento principal do UFC 316, em junho. Tate obviamente ficará de olho nesse confronto, não apenas por ser amiga de Pena há muitos anos, mas também devido ao seu interesse em voltar à disputa pelo título mais cedo ou mais tarde.
“Estou animada para ver o que acontece entre as duas e talvez eu simplesmente peça por isso”, disse Tate sobre a possibilidade de desafiar a vencedora. “Acho que está OK. Acho que mereci isso.”