Nesta edição do Missed Fists, voltamos a destacar momentos únicos e lutas que podem ter passado despercebidas no mundo agitado dos esportes de combate. Prepare-se para o estranho, o brutal e o espetacular.
Chegou a dar um certo receio de que o mundo das lutas estivesse perdendo sua excentricidade, ficando apenas nos nocautes e finalizações “tradicionais”. Felizmente, as bizarrices voltaram com força total recentemente, com direito a lutador levando choque elétrico em ringue molhado e até árbitro aplicando um tackle em competidor.
Ultimate Tire Wrestling: Lutando por dentro de um Pneu Gigante
Vamos começar com algo simplesmente inacreditável do evento Friday Night Fights: o Ultimate Tire Wrestling. As regras são tão curiosas quanto o nome sugere. São três rounds de cinco minutos. Você ganha pontos por levantar o oponente do chão (um segundo = um ponto) e vence a rodada instantaneamente se conseguir `enterrar` mais de 50% do corpo dele no pneu gigante central. Quem vence duas rodadas, leva a luta.
Minha única ressalva seria transformar o “enterrar” no pneu em vitória direta, porque é exaustivo. Levantar um ser humano do seu tamanho e jogá-lo para dentro do pneu uma vez já é uma tarefa hercúlea. Fazer isso duas vezes beira o impossível. No entanto, “Mallet” não pensou assim, e teve um duelo incrivelmente divertido com “Firecracker”, vencendo a luta com não um, mas dois arremessos gigantescos no pneu. Por mais desgastante que seja, essa modalidade tem sério potencial de entretenimento.
Lutas Biónicas? O Kickboxing de Robôs
Depois do Tire Wrestling, tivemos outra ideia “fora da caixa”. Talvez, essa, a gente devesse simplesmente ignorar. É difícil descrever, mas uma luta de kickboxing entre robôs vista em um evento do Kunlun Fights na China é, ao mesmo tempo, patentemente ridícula e estranhamente ameaçadora. Dá uma sensação incômoda de assistir.
A tecnologia certamente impressiona, mas eu ainda não estou pronto para ceder o sagrado mundo das artes marciais aos nossos senhores mecânicos. Quem sabe daqui a 10 anos eu esteja gritando DIRETO DE DIREITA junto com todo mundo. Por enquanto, me levem de volta ao mundo seguro e são do MMA humano.
Finalização Brutal e Nocautes Marcantes no MMA Tradicional
Ah, o MMA humano… Em um evento Versus Fight Night 14 na África do Sul, Joshua du Toit mostrou suas habilidades de finalização, enquanto John Yona Mubatiza demonstrou uma espantosa falta de noção ao ser pego em uma kimura e se recusar a desistir. O resultado? Ao final da sequência, o braço de Mubatiza dificilmente poderia ser chamado de braço pela definição anatômica mais estrita. Cirurgiões, salvem este homem! O pior: era uma luta amadora.
Acho que ainda vai demorar para construírem um robô capaz de fazer isso:
Estou falando do nocaute lindo de Kamal Guseynov sobre Mavlonbek Mirkomilov em apenas 17 segundos de luta.
Outro nocaute marcante veio do Combat Fighting Championship 4. Isaiah Zamora, que tinha um histórico de 0-4 no MMA e nenhuma vitória em outras modalidades como kickboxing e `cage boxing`, conquistou sua primeira vitória na carreira com um chute na cabeça espetacular. Foi um momento inspirador, provando que a persistência compensa.
Enfrentando seu colega `sem vitórias` David Flores, a mágica aconteceu para Zamora. Como disse o grande Bob Dylan:
Don’t speak too soon
For the wheel’s still in spin
And there’s no tellin’ who
That it’s namin’
For the loser now
Will be later to win
For the times they are a-changin’
Tenho certeza que era sobre isso que o velho Bob estava cantando.
A PFL também teve eventos recentes com bons destaques em suas séries MENA e Europa. A liga tem apresentado cards sólidos e com muitos momentos marcantes. Roubando a cena em Bruxelas, Bélgica, estava o prospecto invicto peso-meio-médio Patrick Habirora.
“The Belgian Bomber” conquistou um nocaute incrível com chute na cabeça sobre o veterano do UFC Danny Roberts no evento de sábado e parece ser um nome a ser mantido pela PFL. Já havíamos mencionado Habirora no Missed Fists em dezembro passado e dissemos que a liga deveria torná-lo uma presença permanente no plantel.
Ítalo Montero 
Orlando Paraguaçu