sáb. abr 12th, 2025

Norma Dumont Desabafa Sobre Espera ‘Frustrante’ por Oponente e Se Oferece como Backup para Julianna Peña vs. Kayla Harrison no UFC 316

SÃO PAULO — Norma Dumont anseia por uma luta que a coloque na disputa pelo título peso-galo do UFC, mas lamenta a dificuldade em concretizar essa oportunidade. A talentosa brasileira acumula cinco vitórias consecutivas no octógono, as duas últimas sobre Germaine de Randamie e Irene Aldana em 2024, mas declarou ao MMA Fighting que “não tem ideia” de quem poderá ser sua próxima adversária.

“É muito frustrante porque estou focada no cinturão, eu quero o cinturão, esse é o meu objetivo”, disse Dumont. “Estou fazendo tudo com esse propósito, aceitando lutas que me colocariam nesse caminho rumo à disputa de título, e é frustrante não ter opções agora.”

Julianna Peña defenderá seu cinturão contra Kayla Harrison no dia 7 de junho em Newark, e Dumont mirava um confronto de desafiante número 1 contra a ex-campeã Raquel Pennington, mas foi informada pela organização de que Pennington não tem previsão de retorno ao UFC devido a uma lesão. Macy Chiasson e Ketlen Vieira se enfrentarão no dia 31 de maio, deixando-a sem uma parceira de dança no top 5.

“Faria sentido lutar com alguém ranqueada abaixo de mim só para me manter ativa”, disse Dumont, “mas meu objetivo é mais uma luta e depois o cinturão, e isso não me colocaria lá em cima. Se eu continuar lutando com pessoas ranqueadas abaixo [de mim], não estarei em posição de lutar pelo cinturão em seguida. Preciso de uma luta que me leve a uma disputa de título, caso contrário, continuarei lutando e não alcançarei meu objetivo final.”

“Eu nunca sou a primeira opção delas”, disse Dumont ao ser questionada sobre o porquê de ser tão difícil conseguir lutas. “Talvez seja meu estilo, porque sou mais versátil e grande para a divisão. Acho que é uma estratégia. Às vezes é mais fácil planejar uma vitória sobre outras garotas. Brincamos que é medo e tal, mas acho que é só uma estratégia. Sou faixa preta no chão, faixa preta em pé. Sou uma atleta grande, uma atleta forte, tenho cardio, então talvez eu seja uma luta complicada para essas garotas.”

Dumont afirmou que se recusa a ficar parada por um ano inteiro e espera que o UFC defina uma data e uma adversária antes do final do mês. A atleta brasileira, que se juntou à Chute Boxe Diego Lima em São Paulo após sua vitória dominante sobre Aldana em setembro, se oferece para ser o backup da luta entre Peña e Harrison no UFC 316, e seria “ideal” ter sua própria luta no mesmo card.

“Tínhamos essa ideia de que Pennington e eu estaríamos no mesmo card da luta de Kayla e Julianna e, caso algo acontecesse, se a luta caísse, eu entraria”, disse Dumont, “Mas Pennington estar lesionada arruína os planos de todo mundo. Não só meus planos, mas os planos do UFC. Eles já tinham planos, e agora estão movendo as peças que sobraram. Fica um pouco mais complicado.”

Dumont espera estar a uma vitória de uma disputa de título, independentemente de quem seja sua próxima oponente, dado o seu histórico no UFC até agora, mas o retorno da lendária bicampeã Amanda Nunes pode arruinar esses planos.

“Eu acredito que Kayla vence Julianna e Amanda pode retornar”, disse Dumont. “Não para continuar sua carreira, mas para vencer Kayla. Acredito que ela poderia retornar só para isso, para fazer a luta com Kayla e depois se aposentar de novo. Isso seria terrível para mim porque desaceleraria a divisão, mas há uma chance real de que isso aconteça.”

Se o retorno de Nunes depender apenas de Harrison deter o cinturão que um dia pertenceu a ela, Dumont acredita que é apenas uma questão de tempo para que isso se torne realidade. Ela não vai subestimar Peña no UFC 316, no entanto.

“O problema é que Julianna é muito pequena para a divisão e seu estilo é agarrar e derrubar”, disse Dumont. “Nesse jogo, Kayla é duas vezes o tamanho dela e muito mais experiente. O problema é que os pulmões de Kayla são pequenos, ela não tem cardio eficiente para três rounds. Ela dura um round e meio. Ela dispara duas vezes no primeiro, uma vez no segundo e apenas uma vez no terceiro. Ela não tem muito cardio.”

“Se [Harrison] colocar pressão no primeiro e segundo rounds, ela pode terminar com ground and pound ou com alguma pressão para finalizar. Acredito que isso pode acontecer, Julianna sendo incapaz de lidar com o tamanho de Kayla, mas se a luta passar do terceiro round, Julianna pode ser um problema porque ela pode ser irritante. Ela é mais leve, mas tem um ótimo cardio, é muito durável e tem muitos truques. As lutas com Amanda, mesmo aquela em que Amanda a destruiu, Amanda saiu com cortes no rosto. Se Kayla for inteligente, ela coloca pressão no início dos primeiros rounds.”

By Ítalo Montero

Ítalo Montero - jornalista experiente de Fortaleza, especializado em cobertura de MMA e Jiu-jitsu Brasileiro. Em 12 anos de carreira, realizou centenas de entrevistas com lutadores do UFC e Bellator.

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