Estamos na metade da temporada de 2025 do MMA. Apesar de alguns pontos a serem criticados no mundo das lutas, os fãs também foram presenteados com momentos incríveis no primeiro semestre que certamente serão lembrados no fim do ano.
Embora o PFL tenha realizado diversos eventos divertidos, os prêmios de meio de temporada são, sem surpresas, dominados por lutadores do UFC. Mas quem são os líderes atuais em cada categoria? Mike Heck, Jed Meshew, Damon Martin e Alexander K. Lee do MMA Fighting apresentam suas escolhas para melhor lutador, nocaute, finalização e luta do ano até o momento.
Melhor Lutador do Ano Até Agora
É Merab Dvalishvili, senhoras e senhores.
O campeão peso-galo começou o ano aceitando uma luta contra o invicto Umar Nurmagomedov, o “bicho-papão” dos 61kg, um lutador que alguns acreditavam ser o campeão de fato. Dvalishvili não só o venceu por decisão em cinco rounds como azarão, mas “The Machine” também ganhou um bônus por participar da Luta da Noite.
Dvalishvili poderia ter parado por aí e esperado até o fim do verão ou início do outono para competir novamente, mas ele acabou sendo o evento principal do UFC 316 menos de cinco meses depois contra Sean O’Malley. Desta vez, sem problemas de saúde, “Sugar” estava no seu auge antes da luta, e Dvalishvili ainda assim o dominou antes de conseguir a interrupção com uma finalização cruel no terceiro round. Duas lutas, duas vitórias, duas defesas de título em uma das divisões mais difíceis do esporte. Isso lhe rende a primeira posição no meu livro.
Menções Honrosas: Waldo Cortes-Acosta, Magomed Ankalaev, Jack Della Maddalena, Kayla Harrison, Terrance McKinney, Jesus Pinedo, Gadzhi Rabadanov, Jean Silva, Ilia Topuria, Joshua Van.
Melhor Nocaute do Ano Até Agora
O nocaute de Ilia Topuria sobre Charles Oliveira pareceu algo assim.
Sou fã de MMA há muito tempo. Mais tempo do que gostaria de admitir. E em mais de duas décadas assistindo ao esporte, há apenas um punhado de momentos que realmente o transcendem, que sinalizam uma mudança de paradigma.
Quando Royce Gracie finalizou Gerard Gordeau, ele redefiniu o que sabíamos sobre luta. Quando Forrest Griffin e Stephan Bonnar travaram uma guerra, você podia sentir o esporte sair da “idade das trevas” e vir para a luz. E quando Conor McGregor demoliu Eddie Alvarez, você sentiu o esporte inteiro dar um salto para frente, como se Dominic Toretto tivesse apertado o botão do NOS.
Além de se tornar o décimo lutador a conquistar um título em duas categorias de peso na história do UFC, ele foi o primeiro a fazê-lo de forma invicta, e tem apenas 28 anos. Além de o nocaute ser esteticamente bonito, ele parece ser historicamente significativo — o momento oficial em que Topuria se tornou o rosto do MMA.
Menções Honrosas: Gregory Rodrigues nocauteando Jack Hermansson, Juan Archuleta com joelhada voadora em Dennis Linton, Yoo Joo-Sang nocauteando Jeka Saragih, Randy Brown nocauteando Nicolas Dalby, Jaron Lathrop com chute “ninja” em Yevgeni Shinkarevsky, Mauricio Ruffy com chute de calcanhar giratório em Bobby Green.
Melhor Finalização do Ano Até Agora
Magnitude importa quando se trata de finalizações no MMA, e uma kimura pode não ser a finalização mais empolgante ou rara, mas Kayla Harrison cumprindo sua promessa de destronar Julianna Peña para se tornar campeã do UFC foi uma imagem que valeu por mil palavras.
Como bicampeã olímpica de judô, Harrison já era uma das atletas mais condecoradas a migrar para o MMA. Ainda assim, seu objetivo final era ganhar um título do UFC, e isso finalmente aconteceu no UFC 316 em junho.
Harrison controlou a luta no chão pela maior parte de dois rounds, mas com o tempo acabando no segundo, ela agarrou o braço de Peña e imediatamente o torceu para trás para aplicar a finalização. Era uma posição difícil com as lutadoras pressionadas contra a grade, mas Harrison torceu o braço com tanta violência que Peña não teve escolha a não ser dar o tapout, e ela ainda acabou com uma suspensão médica exigindo autorização para um ombro potencialmente danificado depois.
Harrison não proporcionou necessariamente a vitória por finalização mais chamativa da história, mas conquistar o ouro do UFC e derrotar Peña de forma dominante a coloca no topo da lista do primeiro semestre de 2025.
Menções Honrosas: Jean Silva com um “ninja choke” em Bryce Mitchell, Mackenzie Dern com uma chave de braço nos segundos finais contra Amanda Ribas, e Sean Brady com uma guilhotina montada, sendo o primeiro a finalizar Leon Edwards.
Melhor Luta do Ano Até Agora
Joshua Van nem estava escalado para lutar no UFC 317, mas quando entrou no octógono para enfrentar o veterano peso-mosca Brandon Royval, parecia que o confronto era para ser.
A agressividade característica de Royval combinou perfeitamente com a energia jovem de Van, e os dois travaram uma guerra de 15 minutos, sabendo que uma oportunidade de título estava provavelmente em jogo, já que Alexandre Pantoja estava programado para competir mais tarde naquela noite. “Raw Dawg” (Royval) deu a Van tudo o que ele podia suportar, desafiando o jovem de 23 anos a igualar sua ferocidade. Van não só o fez com sobra, como também provou ser o lutador mais preciso, especialmente nos momentos finais da luta, quando conseguiu um knockdown que selou a vitória para ele nas scorecards.
Depois, Van parecia nem estar ofegante ao defender sua chance de desafiar pelo cinturão para Joe Rogan. Van voltou para os bastidores, se recompôs e retornou ao octógono para encarar Pantoja, que defendeu seu cinturão dominando Kai Kara-France. O momento foi a cereja do bolo para uma noite que já consagrava Van como uma estrela.
Menções Honrosas: Nazim Sadykhov vs Nikolas Motta (UFC Baku), Usman Nurmagomedov vs Paul Hughes (PFL Dubai), Jiri Prochazka vs Jamahal Hill (UFC 311), Merab Dvalishvili vs Umar Nurmagomedov (UFC 311).
Tadeu Ribeirão