O lutador Sean O’Malley expressou uma mudança de perspectiva sobre seu antigo desejo de enfrentar Ilia Topuria. Após o nocaute avassalador de Topuria sobre Charles Oliveira no evento principal do UFC 317, O’Malley ficou em total admiração pelo novo campeão peso-leve. Tão profundo foi seu assombro que ele voltou atrás em um desafio que havia feito anteriormente a Topuria, quando ambos detinham títulos em categorias de peso diferentes.
“Puta que pariu”, exclamou O’Malley em uma reação ao vivo à vitória de Topuria em seu canal no YouTube. “Islam [Makhachev] contra Topuria precisa acontecer. Ele está no mesmo nível de Jon Jones. Nocauteou [Alexander Volkanovski], nocauteou Max [Holloway], nocauteou Charles. Islam a seguir nos 77kg? Puta que pariu. Quem sequer lutaria com Ilia nos 70kg agora? Puta que pariu, cara.”
Com um tom de alívio perceptível, ele acrescentou: “Graças a Deus ele não aceitou meu desafio… Depois que eu venci ‘Chito’ [Marlon Vera], desafiei Ilia e ele ficou com medo e correu para os 70kg. Não, estou brincando, graças a Deus o UFC não marcou essa luta.”
A tensão verbal entre O’Malley e Topuria alcançou seu ponto alto após o UFC 299, em março de 2024. Na ocasião, O’Malley defendeu com sucesso o cinturão peso-galo com uma vitória dominante por decisão sobre Marlon Vera. Por sua vez, Topuria havia se tornado campeão peso-pena há apenas um mês, e O’Malley demonstrava grande interesse em realizar uma super-luta entre os dois astros.
“Eu não sei, há certas pessoas que você simplesmente quer enfrentar. Ilia é esse cara”, revelou O’Malley em entrevista ao The MMA Hour. “Ele também fez um trabalho muito bom. Ele é uma estrela. Não é uma superestrela, mas está perto, e são necessários dois grandes nomes para criar lutas massivas.”
“Eu tenho sido muito vocal desde que entrei no UFC: meu objetivo é participar das lutas massivas. É isso que eu quero, e essa foi a razão por trás daquele desafio.”
Contrariando as expectativas, o tão aguardado confronto nunca se materializou. Posteriormente, O’Malley viria a perder seu cinturão para o compatriota georgiano de Topuria, Merab Dvalishvili.
Após a derrota na revanche contra Dvalishvili, o futuro de O’Malley na divisão de 61kg permanece incerto enquanto “The Machine” se mantiver no topo. No entanto, uma certeza que O’Malley tem é que, se a mega-luta entre Topuria e Islam Makhachev não se concretizar – Makhachev recentemente abdicou do título peso-leve para uma possível disputa de cinturão meio-médio contra Jack Della Maddalena, ainda a ser oficializada – ele já identificou um desafiante ideal: Paddy Pimblett.
“Ilia contra Paddy é a luta a ser feita”, afirmou O’Malley com convicção. “É a luta a ser feita, simples assim. Ilia contra Paddy, 100%, essa é a próxima luta se não for Ilia contra Islam.”
Ele concluiu com entusiasmo: “Isso vai ser uma coletiva de imprensa fantástica, uma construção épica, e uma luta fod*da. Puta merda, essa é a luta a ser feita… Estou animado pra caralho, vamos fazer acontecer. Vou ligar para [o CEO do UFC] Dana [White], ver o que podemos fazer.”
Um UFC 317 para a História
O UFC 317, embora talvez não fosse o card mais promissor no papel, superou todas as expectativas e entregou um espetáculo inesquecível. A coroação de Ilia Topuria como campeão peso-leve e, de forma notável, um dos poucos campeões de duas divisões na história do UFC, foi pura cinematografia, culminando em um dos nocautes mais brutais já vistos em lutas por cinturão.
Alexandre Pantoja reafirmou por que é um dos maiores campeões do MMA, Joshua Van e Brandon Royval proporcionaram uma luta que já se candidata a “Luta do Ano”, e tivemos vários outros nocautes fantásticos que nem sequer receberam bônus de Performance da Noite, tamanha a qualidade do evento.
Mais importante ainda, os casamenteiros do UFC receberam de bandeja dois confrontos bombásticos: Topuria contra Pimblett, e Pantoja contra Van. É crucial que esses contratos sejam assinados o mais rápido possível para garantir o futuro emocionante do esporte.