Tallison Teixeira admite que nunca imaginou estar em uma posição tão proeminente tão cedo em sua trajetória, encabeçando o evento do UFC Nashville contra o renomado nocauteador Derrick Lewis neste sábado. Um momento que, segundo ele, pode transformar sua vida.
O prospecto invicto de 25 anos teve uma estreia avassaladora no UFC em fevereiro, despachando Justin Tafa com um nocaute brutal em apenas 35 segundos em território hostil no UFC 312. Agora, ele encara Lewis em sua segunda aparição. Enfrentar um veterano de tal calibre já em sua segunda luta indica que “a organização tem muita fé em mim” e representaria um salto gigantesco no ranking dos pesos pesados com mais uma performance dominante.
“Eu já tinha pensado na possibilidade de, caso eu tenha uma performance parecida agora, me ver lutando contra um top-5 o quanto antes”, disse Teixeira. “Acho que vencendo o Derrick agora, talvez o próximo seja o Sergei [Pavlovich] ou o Curtis Blaydes, um nome assim. Eu queria muito o Marcin Tybura, mas ele já está com luta marcada, então o que posso fazer? Não é mais possível.”
Questionado sobre por que escolheria Tybura em seguida, ele respondeu: “Acho que é uma luta fácil, para ser honesto. Acredito que o Derrick Lewis é um dos caras mais perigosos no top 10 por causa do seu poder de nocaute, é absurdo, e o Tybura é o mais fácil. É bom para fazer dinheiro, né? Eu venço o mais difícil [Lewis], eu seria pago o mesmo para vencer o mais fácil.”
“Estou no início da minha carreira. Eu estava conversando com meu empresário, se você vencer os mais duros agora, quando começar a ser pago mais, não terá mais ninguém para vencer [risos].”
Teixeira nunca passou do primeiro round como profissional, uma sequência impressionante de oito finalizações desde outubro de 2021. O contrato com o UFC veio após uma destruição de dois minutos sobre Arthur Lopes no Contender Series de Dana White em setembro de 2024, seguida pelo nocaute sobre Tafa.
“Acho que essa luta [com Lewis] é uma boa oportunidade, um bom casamento de estilos”, avaliou Teixeira. “Ele é mais brigador, e eu também sou do tipo que não perde oportunidades. Tenho trabalhado minhas mãos e tenho bom jiu-jitsu, boas quedas, então é um bom casamento de estilos para mim.”
“Eu nunca espero uma luta fácil e tal, mas sempre penso que vou conseguir o nocaute ou a finalização. Dificilmente digo: `Poxa, essa vai para a decisão.` Eu sempre dou tudo de mim, sabe? E sei que tenho um grande poder de nocaute nas mãos. Eu me vejo finalizando o Derrick Lewis no primeiro ou segundo round. Não vejo a luta indo para o terceiro ou quarto round. Acho que vou acabar com ele no primeiro ou segundo.”
Com a aposentadoria anunciada de Jon Jones, Tom Aspinall foi finalmente nomeado campeão peso pesado incontestável do UFC, o que significa que o cinturão deve voltar a ser disputado após uma longa espera. Com isso em mente, e prevendo finalizações eletrizantes, Teixeira projeta o sucesso pelo título já em 2026.
“Agora que o Jon Jones se aposentou, e a divisão finalmente está andando, espero estar lutando pelo cinturão antes do final do ano que vem”, declarou Teixeira. “Luto com o Derrick agora, e espero lutar mais uma vez este ano, e no ano que vem estarei lutando pelo cinturão. Quero fazer história nesta organização, sabe? Acho que tenho potencial para isso, e é só trabalhar duro para chegar lá.”
“Acho que o único que poderia parar [Aspinall] agora seria o `Malhadinho`”, disse Teixeira, referindo-se a Jailton Almeida. “Não vejo o [Ciryl] Gane vencendo-o. Também não acho que o Sergei vença. Então, acho que o mais provável de vencer seria o `Malhadinho`. É bom que o cinturão venha para a Bahia de um jeito ou de outro. Se o `Malhadinho` não pegar o cinturão dele, eu pego.”
Teixeira tinha apenas 10 anos quando “The Black Beast” pisou pela primeira vez em um cage de MMA profissionalmente em 2010, e agora eles dividirão o octógono no evento principal do UFC Nashville. Para o brasileiro, o embate entre juventude e experiência, uma ascensão invicta contra um veterano com altos e baixos, não influenciam na hora de trocar golpes dentro do octógono.
“Para ser honesto com você, não acho que nenhum de nós sinta essa pressão”, disse Teixeira. “Cara, ele fica no octógono de cueca. Não acho que ele se importe muito com isso [risos]. E eu, mesmo sendo um evento principal e algo muito importante, minha cabeça trabalha muito bem com isso. Eu vejo como apenas mais uma luta. Não sinto tipo: `Oh, é um evento principal, é um cara muito experiente.`”
“É apenas mais uma luta, apenas mais uma adversidade que tenho que superar para chegar onde quero. Antes de entrar, penso que é apenas mais um sábado e há um novo peso pesado na academia e temos que treinar sparring, e há algumas pessoas assistindo. Isso me faz sentir mais relaxado quando entro no octógono. Lutar já é uma responsabilidade enorme. Você está no octógono com uma pessoa que planeja te matar. Essa pressão já é grande. Além disso, está tudo bem.”