A jornada de Francis Ngannou no UFC pode não ter chegado ao fim definitivo.
Passaram-se mais de três anos desde a última vez que Ngannou competiu no octógono e dois anos desde que ele deixou a organização como agente livre para se juntar à PFL. Nesse período, Ngannou lutou apenas uma vez no MMA, derrotando Renan Ferreira por nocaute em outubro de 2023. Fora isso, ele permaneceu largely fora dos holofotes do esporte. Mais recentemente, esteve envolvido em um trágico incidente em sua terra natal, Camarões, onde um acidente de motocicleta resultou na morte de uma adolescente de 17 anos.
Não há certeza de quando, ou se, o lutador de 38 anos voltará a lutar, mas seu treinador, Eric Nicksick, acredita que um retorno ao UFC pode ser uma opção viável no futuro.
“Sei que ele tem meio que pedido por aquela luta contra [Deontay] Wilder, e se isso acontecer, ótimo”, disse Nicksick à Home of Fight. “Só sinto que a divisão peso-pesado como um todo está meio em frangalhos, e acho que se pudermos de alguma forma, de algum jeito, colocar isso de volta nos eixos, há muitas opções para Francis. Não apenas no UFC, mas por aí. Acho que ele pode ajudar a preencher essa lacuna de poder estelar que o UFC está sentindo na divisão peso-pesado.”
“Acho que tempo suficiente se passou. Adoraria ver de alguma forma, de algum jeito, que eles possam reconstruir essas pontes e ele volte a competir no UFC”, acrescentou Nicksick.
Ngannou deixou o UFC em circunstâncias controversas, ainda detendo o cinturão peso-pesado. Em sua última luta pela promoção, defendeu com sucesso o título com uma vitória por decisão sobre Ciryl Gane. O que se seguiu foi uma longa negociação de contrato que terminou em janeiro de 2023, quando Ngannou foi liberado para se tornar um agente livre irrestrito.
Embora o CEO do UFC, Dana White, tenha criticado publicamente Ngannou em várias ocasiões, Nicksick está convencido de que os dois podem deixar as diferenças de lado pelo bem do negócio.
“Cem por cento”, afirmou Nicksick. “Acho que isso é mais sobre negócios do que sobre ego, pelo menos do lado de Francis. Ele quer a oportunidade de ser pago – é como ser um contratado independente. Você quer ser pago o valor mais alto por quem precisar dos seus serviços. Ele não quer ficar preso em uma posição onde não tem permissão para boxear ou fazer essas coisas, mas ele saiu e fez essas coisas, competiu e ganhou muito dinheiro, provou que podia fazer isso. Então, agora, de onde vem a motivação dele?”
“Não é sobre dinheiro, é sobre competição, e a melhor competição está no UFC”, concluiu Nicksick.
A passagem de seis anos de Ngannou no UFC foi repleta de momentos marcantes, incluindo alguns dos nocautes mais brutais da história do MMA e vitórias notáveis sobre nomes como Gane, Stipe Miocic, Alistair Overeem, Junior dos Santos, Cain Velasquez, Curtis Blaydes e Andrei Arlovski.
Nicksick acredita que um retorno de Ngannou não seria apenas benéfico para “O Predador”, mas também ajudaria a reanimar uma divisão peso-pesado que considera estagnada pela inatividade do campeão indiscutível Jon Jones e pela situação do campeão interino Tom Aspinall.
“Acho que Dana é um empresário inteligente o suficiente para que não se trate do ego dele, mas sim do que é melhor para a empresa dele”, disse Nicksick. “E acho que um cara como Dana é sensato o suficiente para dizer: `Olha, o passado é passado e podemos superar essas coisas se elas puderem funcionar para nós no futuro, por que não?` Por que não explorar essas opções?”
“Olhe para a divisão peso-pesado agora. O que está acontecendo? Você tem esse pobre cara, Tom Aspinall, que está com um cinturão interino há quase 600 dias. O que estamos fazendo aqui? Não estou dizendo que Francis é a única resposta, mas isso pelo menos adiciona mais valor à sua divisão peso-pesado se você trouxer um cara como ele de volta. Deixe o passado para trás, todos ganham dinheiro, todos ficam felizes, e isso faz as coisas se moverem.”
Mais tarde, Jon Jones usou o Twitter para reagir aos comentários de Nicksick.
“Ouvi dizer que Francis Ngannou ainda está interessado”, escreveu Jones. “Agora estamos falando. Essa é uma superluta de verdade. Um choque de campeões, não apenas hype. Ele deteve o cinturão do UFC, defendi o meu por mais de uma década. Dois reis de caminhos diferentes. Não apenas uma lenda enfrentando um falastrão do momento, mas dois legados reais colidindo. Esse é o tipo de luta que realmente acrescenta algo especial à minha história. Pelo menos do meu ponto de vista.”