Vitor Petrino está vivendo sua melhor fase sem a necessidade extenuante de cortar peso e acredita que isso se refletirá em uma performance superior dentro do octógono neste sábado. Ele enfrentará o peso pesado Austen Lane no card principal do UFC Nashville.
O atleta de 27 anos teve um início promissor no UFC, garantindo um nocaute no Dana White’s Contender Series e, em seguida, acumulando quatro vitórias consecutivas na organização, incluindo dois nocautes e bônus. Contudo, 2024 trouxe desafios, com uma derrota rápida para Anthony Smith, apesar de ser considerado franco favorito, e um nocaute sofrido no terceiro round contra Dustin Jacoby.
Diante desses resultados, Petrino tomou a decisão de deixar a divisão dos meio-pesados (até 93 kg) e buscar um recomeço na categoria peso pesado, lamentando agora não ter feito essa mudança antes.
“Se eu soubesse que seria assim, teria feito antes”, disse Petrino, rindo. “Estou comendo bem, dormindo bem, me recuperando bem, tomando a medicação que preciso sem me preocupar com o peso. É outra vida. A performance é diferente.”
Petrino explicou que ganhou corpo desde que se juntou ao UFC, resultado de melhor suplementação e treinamento. Ele revelou que, no peso meio-pesado, sofria com um corte de peso de aproximadamente 15 quilos durante a semana de luta.
“93 kg, nunca mais. Sem dúvida”, afirmou Petrino categoricamente. “Agora digo que não desço mais para os 93 kg. Sei que não vou render [lá], cara. Eu não estava rendendo mais. Era muito sofrido bater 93 kg. Então, independentemente de tudo – e eu acredito que vou ganhar, tenho potencial para isso e acredito na minha técnica –, eu nunca mais volto para os 93 kg.”
“A verdade é que eu nem me preocupava com a luta em si. Eu me preocupava se iria bater o peso e se iria render bem”, continuou ele. “A estratégia na luta, levar para baixo ou trocar em pé, tanto faz. Na minha cabeça eu pensava: ‘Será que consigo levar para baixo? Vou ter força? Consigo seguir a estratégia?’ Isso é o que incomoda no corte de peso.”
O plano para a luta de sábado é entrar no octógono pesando cerca de 113 quilos, segundo Petrino, para garantir que se sinta forte, mas sem excesso de peso que possa prejudicar sua agilidade.
“Faço todos os rounds [no treino] e me sinto p*tamente forte, e não me canso”, disse Petrino, utilizando uma expressão forte para descrever seu vigor. “Não me sinto pesado porque é o peso que eu costumava treinar. Não estou tentando ficar pesado demais. Quero me sentir forte. Meu objetivo nesta divisão é estar na minha melhor forma possível, mais rápido e ágil, enquanto vivo a vida de atleta.”
O plano inicial para a estreia de Petrino na divisão peso pesado era um confronto totalmente brasileiro contra Jhonata Diniz em março. No entanto, Petrino foi retirado do card do UFC 313 devido a uma lesão dupla no cotovelo. Agora, ele enfrenta Austen Lane, um lutador de 37 anos com apenas uma vitória (por decisão contra Robelis Despaigne) em cinco combates no UFC.
“O Diniz é mais kickboxer, então você já sabia o que ele traria para a luta”, disse Petrino sobre a mudança de adversário. “Ele era mais previsível do que Austen Lane. Austen Lane não é especialista em nada, mas faz um pouco de tudo. Ele é mais imprevisível. Acho que é um pouco mais complicado que Jhonata porque ele tem variações e mais recursos em termos de MMA.”
Embora seu histórico recente de duas derrotas por interrupção possa colocar seu futuro no UFC em questão, Petrino afirma que não carregará essa pressão adicional ao entrar na jaula no Tennessee. Agora parte da divisão peso pesado, uma das categorias com menor número de lutadores no UFC atualmente, Petrino reconhece que o cenário pode mudar rapidamente para ele, e que uma ou duas vitórias podem colocá-lo contra um adversário ranqueado.
“São 25 pesos pesados no UFC, se não me engano”, disse Petrino, destacando a pouca densidade da categoria. “Para a maior organização do mundo, isso é muito pouco, então acredito que minha ascensão pode ser bem rápida na divisão. Mas também não estou preocupado com isso. Meu foco é e sempre será luta por luta. Meu trabalho mostrará aos poucos onde eu me encaixo na divisão.”
Tadeu Ribeirão