Robert Whittaker, ex-campeão peso-médio do UFC, compartilhou sua perspectiva sobre a luta principal do UFC 315 no último sábado (27), onde Belal Muhammad perdeu o cinturão meio-médio para o australiano Jack Della Maddalena por decisão unânime.
Whittaker elogiou a performance de Della Maddalena, destacando como “JDM” conseguiu neutralizar as tentativas de queda de Muhammad e conectar golpes potentes na trocação. Além disso, ele expressou grande satisfação em ver Della Maddalena se tornar o terceiro campeão australiano na história do UFC, juntando-se a ele próprio e a Alexander Volkanovski.
“Mais um campeão australiano!”, exclamou Whittaker em seu canal no YouTube. “Que bom que é ser australiano agora! Ele (JDM) se manteve fiel ao seu plano e executou tudo perfeitamente. Não poderia estar mais feliz. Estou extremamente orgulhoso.”
Apesar da alegria pelo compatriota, Whittaker não pôde deixar de questionar a estratégia de Belal Muhammad na luta. Muhammad havia declarado antes do combate que não buscaria quedas, preferindo mostrar suas “mãos de Canelo”. Embora tenha tentado nove quedas, Whittaker sentiu que Belal não aplicou a pressão constante no grappling que é característica de seu estilo vitorioso.
“Eu esperava mais quedas”, disse Whittaker. Ele reconheceu que é fácil opinar de fora, sem saber como o lutador se sente durante a luta. No entanto, ele observou que, nas rodadas finais, quando Belal combinou golpes e tentativas de queda, estas foram eficazes. Ele questionou por que essa abordagem não foi utilizada com mais frequência.
“Não consigo evitar a sensação de que Belal estava tentando provar um ponto na trocação com Jack durante os primeiros três rounds. E se for o caso, isso é ridículo. Jack é incrível no boxe de média distância.”
Whittaker argumentou que o sucesso de Belal e sua chegada ao topo da divisão se deram pela combinação constante de golpes e ameaças de queda. Segundo ele, Belal não é um grappler puro focado em finalizações como Gilbert Burns, mas sim alguém que usa a ameaça de queda após os golpes para controlar o ritmo. “Não vimos isso”, lamentou Whittaker.
Por outro lado, Whittaker também considerou a possibilidade de que a excelência defensiva e o controle de distância de Della Maddalena foram cruciais para impedir Belal de executar seu jogo. JDM controlou bem o centro do octógono nos rounds iniciais, evitando ser encurralado na grade. Whittaker ponderou se a dificuldade de Belal foi devido à habilidade de JDM ou a um desejo de Belal de testar a trocação, chamando este último cenário de “luta de subida”.
Olhando para o futuro, Della Maddalena expressou interesse em uma superluta contra o campeão peso-leve Islam Makhachev, algo que o CEO do UFC, Dana White, chegou a sugerir. Whittaker especulou sobre esse possível confronto.
“Estou muito curioso. Estou muito curioso”, repetiu Whittaker. Ele acredita que Islam Makhachev faz tudo o que Belal faz, mas em um nível superior. Embora reconheça que Alexander Volkanovski conseguiu acertar Makhachev, sugerindo que JDM também poderia, especialmente por lutar na curta distância, Whittaker destacou que esse estilo também o torna vulnerável a quedas. Ele ressaltou que o jogo de queda e o controle de solo de Makhachev são significativamente melhores que os de Belal.
Ele concluiu, incerto: “O que isso significa? Não sei.”